terça-feira, 25 de maio de 2010

Ciclista imprudente

Outro dia fui atravessar uma rua dentro do campus da USP. Aguardei o semáforo de pedestres me mostrar a luz verde para atravessar. Quando isso aconteceu, fui ingenuamente atravessar a bendita da rua. Eis que uma ciclista me passa a uns 50 km/h há uns 15 centímetros de mim. Um motociclista a acompanhava (pelo menos este parou ao ver o vermelho), fiz um sinal de indignação que foi devidamente ignorado.

Caramba pessoal, nós ciclistas vivemos exigindo respeito, mas vejo muitos ciclistas fazendo barbaridades no trânsito. Sim, devemos ocupar as ruas, mas precisamos respeitar o próximo em primeiro lugar!

Essas coisas desanimam...

Inaugurada linha 4 (amarela) do Metrô de São Paulo

Estação Consolação fica na Avenida Paulista. Estação Paulista fica na Rua da Consolação. Estranho né? Mas isso é o de menos para os milhões de paulistanos que sofrem a sua tortura diária para ir e voltar do trabalho, da escola, da faculdade etc. Semana passada fiz algo que há muito não precisava fazer: tomar ônibus do horário de pico. O desafio era chegar ao Jaguaré, saindo do centro da cidade, às seis da tarde. Escolhi tomar o ônibus que percorre o corredor Consolação/Rebouças e vi o quão penoso é depender do transporte público. Aquilo era uma lata de sardinhas. E ainda ouvi um rapaz dizer que "até que hoje não está tão cheio". Que que é isso??? Resumo da ópera: 1h30 dentro do pau-de-arara.

Hoje, com alguns meses de atraso oficial, pelo menos uns 15 anos de atraso real, buraco assassino aberto no coração de Pinheiros e encontro de túneis com metros de erro de cálculo foi inaugurada, em caráter experimental, a linha 4 (amarela) do metrô paulistano. Isso deve amenizar um pouco a vida de quem faz este trajeto que tive de fazer na última quarta-feira. Vamos ver no que dá.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Jaguaré, esquecido pela prefeitura

Há cerca de 3 meses atrás, quando as máquinas da prefeitura começaram os trabalhos de racapeamento da Avenida Jaguaré, eu pensei: "caramba, lembraram do Jaguaré". A ilusão durou pouco. É verdade que a avenida foi recapeada, mas quando parecia óbvio pensar "ok, agora para terminar e levar um 10 vem a pintura das faixas", a coisa não se mostrou tão simples assim e até este exato momento, meia noite e quarenta e nove do dia 13 de maio de 2010, com um frio de lascar em São Paulo, estamos a esperar.


Essa falta de sinalização tem ocasionado várias situações muito perigosas, especialmente em 2 pontos: no semáfoto de pedestres quase em frente ao Mc Donalds e no cruzamento da avenida com a rua Santo Eurilo. No primeiro ponto, ao verem o sinal vermelho, os motoristas que vêm geralmente em alta velocidade não sabem ao certo onde parar seus veículos, muitas vezes parando invonluntariamente no lugar onde deveria estar a faixa de pedestres. No segundo ponto forma-se um salseiro, ninguém sabe direito onde parar, também param nos lugares em que as faixas de pedestres deveriam estar presentes, causando não só um transtorno para os pedestres como para o trânsito de carros. Uma verdadeira confusão!

Apesar dessa situação lamentável não posso deixar de fazer aqui o registro de uma boa intervensão na região. No cruzamento da Av. Politécnica com a Kenkiti Simomoto está sendo instalado um semáforo. Isso ajudará muito os pedestres e os ciclistas, que tem extrema dificuldade em atravessar esta avenida em horários de pico pois o fluxo de veículo lá é intenso e não é raro ver automóveis trafegando seguramente a mais de 90 km/h nesta via que tem como velocidade máxima 70 km/h. Espero que ele comece a funcionar logo e não tenhamos que esperar tanto quanto a sinalização de chão da Jaguaré.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Primeira incursão: boas surpresas x problemas esperados

No último sábado fiz minha primeira exploração de bicicleta pela cidade. Escolhi uma manhã de sábado por dois motivos bem simples: o primeiro é porque o trânsito é mais leve, minha inexperiência ainda me deixa inseguro no trânsito, e o segundo é por ser sábado o único dia que tenho livre para isso. Assim, não tinha muita escolha mesmo.

O percurso escolhido foi o seguinte: Saí de casa, na Av. Jaguaré, fui até a Estação Vila Olímpia da CPTM, onde acessei a ciclovia da Marginal Pinheiros, a qual percorri até sua extremidade em Interlagos, e fiz o caminho inverso para voltar, passando pela avenida do jóquei e atravessando a marginal pela ponte Cidade Jardim (momento tenso).

Minha intenção, além de me testar no trânsito de São Paulo, era conferir como ficou a ciclovia da marginal e o bicicletário da estação Vila Olímpia. Confesso que fiquei surpreso com o que vi. Na ciclovia quase tudo estava muito bem acabado, bem sinalizado, havia boa infra-estrutura para o ciclista (banheiros limpos, muitos funcionários, ajuda de manutenção para as bikes, um posto de apoio na metade do percurso) e belos jardins plantados nos canteiros. No bicicletário há segurança e um esquema de registro sem muita burocracia e que me pareceu funcionar bem. Também há problemas, como as canaletas nos cantos das escadas para subir com a magra até a passarela, bem pouco práticas e mal projetadas, uma vez que não levam em conta a distância entre o corpo das bicicletas e as extremidades dos pedais, fazendo com que, em movimento natural, os pedais se choquem com as vigas de sustentação das escadas. Outro problema, este já muito comentado, é o de poucos acessos a ciclovia, o que inviabiliza seu uso como via de transporte rotineiro, restando a ela o uso exclusivo para lazer (além das extremidades o único ponto de acesso é na estação Jurubatuba da CPTM). Seria sensacional um acesso pelo Berrini, muita gente poderia ir trabalhar usando a ciclovia. Apesar desses problemas, essa iniciativa é um alento depois de tantos anos de defasagem neste plano.

Apesar de toda essa parte técnica e dessa discussão sobre o transporte na cidade, o que realmente me chamou a atenção ao entrar na ciclovia foi o aspecto ambiental. A primeira impressão é péssima. O cheiro que o rio exalava estava longe de ser agradável. Porém o contraste com a beleza dos jardins à beira da ciclovia e a boa estrutura desta me fez pensar em como há como se mudar as coisas. Durante muito tempo achei que os casos dos rios Pinheiros e Tietê eram perdidos, mas minhas esperanças voltam ao perceber que, a medida que as pessoas ocupem este espaço, vejam (e sintam) o rio de perto, e voltem a se incomodar com a situação dele, coisa que dos carros já nem percebemos mais, e passem a cobrar efetivamente providências do poder público, que há anos promete uma solução para a poluição dos rios paulistanos e não move uma palha para que isso aconteça.

Isso tudo (a parte boa) foi a que me surpreendeu nesta jornada. O que não me surpreendeu foi o desrespeito de muitos motoristas, que encapsulados dentro de suas máquinas pouco se importam com o que está do lado de fora, contanto que não sejam atrapalhados pelo mundo externo. É realmente perigoso andar de bicicleta pelo trânsito, não se pode perder a atenção um minuto, deve-se sempre estar ligado. Senti que o maior perigo para o ciclista vem dos ônibus, muitos motoristas não sabem a desproporção de forças entre os monstros que conduzem e uma bicicleta. Isso tudo sem falar do banho que tomei no túnel embaixo da Eusébio Matoso, próximo ao Jóquei Clube. Ainda bem que não era esgoto! Mas serviu de lição para não passar mais por ali, sempre há água de um lençol freático jorrando por ali e formando poças.

Enfim, fiquei muito feliz (e quebrado, 4 horas de pedal) com minha primeira jornada ciclística urbana por São Paulo. Pretendo agora conhecer outros bicicletários, provar um inclusive, e testar novas rotas para começar a usá-las de modo mais funcional nos dias de semana. Vamos ver no que dá.


Outras fotos:

Entrada da Estação Vila Olímpia

Painel de regras para uso do bicicletário (clique nele para ampliar)


Estacionamento da Estação Autódromo

Posto de Serviços da Estação Autódromo




Estação Jurubatuba da CPTM


Podridão

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Respeito: uma questão fundamental

Um incidente que acabei de presenciar dentro do campus da Universidade de São Paulo me fez perceber que, antes que iniciar qualquer discussão sobre transporte público, meios de locomoção na cidade e assuntos afins, é importante que se discuta noções de respeito e civilidade.

Chegando ao meu trabalho com minha magrela, a 50 metros de meu destino, percebo uma agitação diferente bem em frente ao prédio onde trabalho: uma discussão. O motorista de uma kombi que parava para pegar algumas pessoas que aguardavam na calçada e um ciclista que fazia seus treinamentos na rua batiam boca energicamente. O ciclista estava muito nervoso, empurrava o motorista e o chamava para as vias de fato, este por sua vez, com metade do tamanho e o dobro da idade, não se intimidava e ameaçava denunciar o ciclista a polícia caso o agredisse. Tudo isso em meio a frases carteirísticas, tão conhecidas como lamentáveis, como"você não sabe quem eu sou" e "vamos ver quem pode mais".

Sinceramente não vi o que aconteceu e não poderia tomar parte, mas vendo cenas como essa, que infelizmente fazem parte do cotidiano paulistano, penso o quanto estamos longe de viver em uma cidade minimamente sã. Por um lado é notório o desrespeito de grande parte dos motoristas por qualquer coisa que esteja do lado de fora de sua máquina motorizada, por outro é muito comum vermos ciclistas e pedestres fazendo barbaridades por aí.

Em lugares onde o respeito entre as pessoas ocupa uma posição privilegiada na entre as preocupações desta sociedade o trânsito apresenta a seguinte ordem de prioridades: 1º - pedestres; 2º - veículos movidos a tração humana (bicicletas normalmente); 3º - veículos motorizados de uso coletivo; 4º - veículos motorizados de uso particular. Claro que isso não deve ser uma licença para pedestres e ciclistas fazerem o que bem entendem por aí, há de se ter regras, mas é sem dúvida por onde temos de começar. O que se percebe em São Paulo hoje é a completa inversão destas prioridades.

Enfim, este incidente só salienta a necessidade de se colocar a questão do respeito e da educação em primeiro lugar também ao tratarmos sobre os meios de locomoção em nossa cidade.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Registrando

Há pouco mais de um ano me mudei para um lugar onde o transporte público não é muito bom, porém, em compensação, é bem próximo a meu trabalho e universidade. Resgatei e recuperei minha bicicleta que estava há muitos e muitos anos encostada e resolvi encarar o trajeto. Logo percebi o quão é melhor ir de bike do que pegar ônibus. Meu tempo para o trabalho vai de 15 minutos de bicicleta para 45 minutos a 1h20 (dependo da boa vontade do ônibus circular ou do Vila Madalena/Rio Pequeno). O problema é que nem sempre é possível ir com a magrela e tenho que encarar o transporte público.

Para ir a outras áreas da cidade o drama aumenta. Nunca foi bom sair do Jaguaré à Vila Madalena, mas nas últimas semanas a situação tem ficado crítica. Disso tudo cheguei a duas resoluções: usarei minha bike o máximo de ocasiões que puder e tentarei documentar aqui essas viagens (de bicicleta ou por qualquer outro meio).

Tenho procurado na Web por informações sobre a estrutura da cidade para a utilização de biciletas e a situação do ciclista no trânsito e não tenho encontrado muita coisa. Assim, pretendo aqui, além de dar flagrantes sobre a situação da "rede" de transportes coletivos em São Paulo, também registrar como é a vida do ciclista em os carros em São Paulo, ajudando a outros que, como eu, tem o interesse em encarar as ruas com a magrela.